sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Carta de Doação da CESM


quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Casa dos estudantes secundários do Maranhão


Fundada em 02 de Junho de 1952 e situada à Rua do Passeio 861, Centro – São Luís, a Casa dos Estudantes Secundários do Maranhão – CESM é uma entidade filantrópica, autônoma e de utilidade pública que tem como finalidade precípua prestar assistência residencial e sociocultural a estudantes comprovadamente carentes oriundos do interior do Estado e de outras unidades da Federação. Em seu histórico, enquanto entidade constituída nos pilares da igualdade de direitos e na tentativa de contribuir para a consecução de objetivos de dezenas de centenas de estudantes que nela residiram [e ainda residirão], a CESM se perpetuou como uma Instituição honrosa e séria, que contudo, não tem conseguido resistir à força imponente do tempo. Hoje a entidade conta com cerca de 20 moradores que tentam, incansavelmente, alcançar os seus objetivos, cujo ponto de partida, muitas vezes, é iniciado com a aprovação em um vestibular, representando o início da conquista de toda uma luta sua e de sua família pobre que, no interior do Estado, acredita e torce para que a luta de seu filho surta resultados e que ele retorne para tirá-los de uma vida de miséria e dificuldades financeiras das mais cruéis. Acontece que muitas vezes [quase sempre] esse sonho não tem a oportunidade de ser configurado em realidade devido às condições físicas da residência e do desamparo financeiro pelo qual passam os estudantes.
E em pensar que dessa residência já saíram os hoje, médicos, advogados, enfermeiros, economistas, historiadores, contadores, professores, vereadores, administradores, engenheiros civis, engenheiros mecânicos, engenheiros agrônomos, matemáticos, juízes, promotores e, inclusive, o ex-governador do Estado – Luis Rocha. É com pesar que rememoramos os anos de glória em que os estudantes tinham força para batalhar por um Estado com gestão participativa dos estudantes, da população, e o exigiam através de movimentos estudantis organizados, politizados e instituídos sob a égide dos direitos constitucionais da legalidade e da igualdade de direitos. Ressalte-se que foi da Casa dos Estudantes Secundários do Maranhão, representada pela extinta entidade estudantil – UMES (União Maranhense dos Estudantes Secundaristas) que em 1976, estudantes tomaram as ruas da capital ludovicense em busca do direito à meia-passagem aos estudantes e, apoiados por movimentos estudantis da Universidade Federal do maranhão – UFMA, obtiveram êxito no movimento. Em suas duas últimas décadas, a Casa dos Estudantes, foi contemplada com duas reformas, sendo uma em 1986, na então gestão do prefeito de São Luís, Epitácio Cafeteira e em 2006 na gestão do Governador do Estado – Zé Reinaldo Tavares.
Fazemos uso das palavras de Gonçalves Dias, em seu ilustre poema “Canção do Tamoio”, que nos diz: “... a vida é combate que os fracos abate, mas os fortes, os bravos, só pode exaltar...”, para demonstrarmos a nossa luta passada, presente e a que há de vir. Não deixaremos nossa luta calar, muito menos que se apague a memória de nossos predecessores, os quais, assim como nós, levantaram a bandeira da bravura e buscaram, em todos os âmbitos legais, o apoio das autoridades competentes e dos movimentos estudantis organizados, para fazer valer o direito de igualdade, instituído em nossa Carta Magna, e assim, obter o acesso às oportunidades proporcionadas àqueles que detiverem conhecimento. Assim, entendemos que não se tem acesso igual às oportunidades enquanto não se tem condições mínimas de subsistência, tais como: Alimentação e moradia dignas. Vale lembrar que os estudantes que procuram abrigo nesta residência, não o fazem tão simplesmente pelo desejo de residir nela, mas por que deixaram no interior do Estado pais e mães financeiramente hipossuficientes, sem condições mínimas de garantir o sustento devido à sua prole, mas que acreditam que permitindo que seu filho venha estudar na capital, será proporcionar que este redesenhe a história da família, tendo acesso a formação, graduação, educação profissionalizantes..., mas esquecemos que tudo isso pressupõe conquistas; conquistas quando se é aprovado no vestibular; conquistas quando se é aprovado em um concurso público; conquistas quando se é contemplado com uma bolsa de estudos; conquistas quando obtemos aprovação em processos seletivos para cursos técnicos em instituições públicas de ensino... e que todas essas conquistas dependem de uma formação escolar solidificada, onde não hajam lacunas entre as áreas do conhecimento.
“Pois não há de se permitir que sonhos se destruam e o passado se esqueça”